Conflitos envolvendo indígenas se estendem por décadas no Paraná; veja histórico

  • 05/01/2025
(Foto: Reprodução)
Início do conflito remete à construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu, entre os anos de 1973 e 1982. Conflitos envolvendo indígenas no Paraná se estende por décadas RPC O conflito por demarcação de terra envolvendo indígenas na região oeste do Paraná é histórico e se estende há décadas. ✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp ✅ Siga o canal do g1 PR no Telegram Na noite de sexta-feira (3), quatro indígenas Avá-Guarani foram baleados durante um ataque em uma área de disputa de terras entre as cidades de Guaíra e Terra Roxa. Entre eles, uma criança de 7 anos, um adolescente de 14 anos e outras duas pessoas de 25 e 28 anos, que estão internadas em estado grave. No entanto, a situação não é isolada. Em 2024, foram pelo menos cinco situações de embate registradas na região. Neste texto você vai ler: Como o conflito iniciou Quais foram as tentativas de intermediação para resolvê-lo Como eles se agravaram recentemente Conflito remonta o início dos anos 70 Vista aérea da Usina Hidrelétrica de Itaipu Alexandre Marchetti/Itaipu Binacional O início do conflito remete à construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu, entre os anos de 1973 e 1982. Na escolha do local para a construção da usina, houve a retirada de indígenas dos locais de interesse e a hidrelétrica inundou milhares de hectares de terras cultivadas e terras originariamente ocupadas por indígenas, segundo o relatório final da Comissão Estadual da Verdade do Paraná. Além de serem retirados dos locais onde viviam, espaços sagrados, como cemitérios, as casas de reza e o maior conjunto de cachoeiras do mundo em volume de água, o Salto de Sete Quedas, foram submergidos por conta da construção. Muitos dos indígenas que viviam no local inundado foram reassentados Guaíra. Tanto indígenas quanto fazendeiros reivindicam a área. Um processo tramita na Justiça para que a Itaipu faça a compensação de um outro local. Tentativa de intermediação A conflito que se arrasta motivou, julho de 2024, a criação de um grupo de trabalho da Secretaria de Estado de Segurança Pública do Paraná (Sesp) com representantes de entidades ligadas aos direitos dos indígenas e de outras forças de segurança para intermediar os conflitos fundiários que têm acontecido na região. O objetivo era mediar uma discussão para que a Itaipu Binacional compre uma área, que será usada para realocação dos indígenas. Situação se agravou recentemente PF apura ataque que deixou indígenas feridos no Paraná Em janeiro de 2024, três indígenas foram baleados e um homem foi agredido e feito refém pelos indígenas. Pouco depois, o Ministério da Justiça e Segurança Pública autorizou o envio da Força Nacional para a cidade. Em julho, o grupo ocupou uma nova área de terras em Guaíra. Pouco mais de um mês depois, um novo conflito deixou sete indígenas feridos, incluindo adolescentes. Em setembro daquele ano, o grupo chegou a roubar uma carabina da Força Nacional. No último dia do ano, uma casa que fica na aldeia foi incendiada. Indígenas roubam arma da Força Nacional em área de conflito no Paraná Neste domingo (5), após o agravamento dos episódios de violência, a Justiça Federal acatou um pedido do Ministério Público Federal (MPF) para reforçar a segurança da comunidade indígena da região. Na decisão, o juiz federal Pedro Pimenta Bossi determinou que a União e o Governo do Paraná informem quantos agentes da Polícia Militar, da Polícia Federal e da Força Nacional estavam presentes na região, desde o início de 2024 até agora. Além disso, determinou a ampliação imediata do efetivo das três instituições, em caráter permanente, enquanto persistirem ameaças à comunidade, e que isso seja feito de forma integrada com os indígenas. Dessa forma, conforme o documento, as forças poderão saber com antecedência as ameças e os pontos vulneráveis da comunidade. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias no g1 Paraná.

FONTE: https://g1.globo.com/pr/oeste-sudoeste/noticia/2025/01/05/conflitos-envolvendo-indigenas-se-estendem-por-decadas-no-parana-veja-historico.ghtml


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